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MANGIA CHE TE FA BENE

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A culinária italiana é uma das mais populares e amadas do mundo, conhecida pela sua simplicidade, ingredientes frescos e sabores marcantes 

A culinária italiana é uma das mais amadas e influentes do mundo, conquistando paladares com sua simplicidade sofisticada, ingredientes frescos e sabores marcantes. De massas artesanais a molhos encorpados, passando por queijos e vinhos icônicos, essa gastronomia oferece uma oportunidade única para os supermercados impulsionarem suas vendas e fidelizarem clientes. Mais do que apenas produtos nas prateleiras, a cozinha italiana pode ser transformada em uma experiência de consumo que combina história, nutrição e prazer.

Há muita oportunidade de faturamento com produtos dessa vertente, alavancando a sua imensa popularidade global. Pizzas, massas, carpaccios, risotos, entre as iguarias salgadas. Tiramisú e gelato no lado doce. Nas bebidas, vinhos, licores e cafés. Concentrando-se em ingredientes autênticos e de alta qualidade, promovendo especialidades regionais, oferecendo uma variedade de produtos frescos (que muitas vezes tem um preço premium), o marketing varejista pode encontrar uma infinidade de ocasiões propícias para convencer seus consumidores a apostar na qualidade.

A gastronomia “da bota” é uma das mais populares no Brasil. Segundo a Associação Brasileira de Bares e Restaurantes (Abrasel), a pizza, por exemplo, movimenta mais de R$ 22 bilhões ao ano. Isso mostra que há demanda e interesse contínuo por esses produtos. Ações bem estruturadas em datas como o Dia da Pizza (10 de julho) ou o Dia do Macarrão (25 de outubro) podem atrair tráfego para a loja e gerar picos de vendas.

150 anos da imigração

Este ano ainda é mais especial no que diz respeito à valorização da cultura italiana: é o ano de comemoração dos 150 anos da imigração italiana no Rio Grande do Sul. Em 20 de maio de 1875, os primeiros italianos chegaram em Campos dos Bugres (Caxias do Sul). Inaugurou-se então o primeiro ciclo imigratório, de 1875 a 1914. Instaram-se no Rio Grande do Sul 84 mil italianos vindos sobretudo da Lombardia, Vêneto e Tirol. O ponto culminante da imigração foi entre 1884 e 1894, abrangendo cerca de 60 mil italianos, diminuindo a partir de então com o cancelamento da concessão de passagem transoceânicas pelo governo republicano. Esses imigrantes vieram povoar áreas da província de São Pedro do Rio Grande do Sul, com o objetivo de ocupar vazios do território na sua porção mais meridional e de intensificar a produção de alimentos para abastecer as cidades. Escolheram a Serra Gaúcha, em decorrência de sua localização, mais próxima da capital, demarcando as colônias de Conde d’Eu (Garibaldi) e Dona Isabel (Bento Gonçalves). Com uma cultura voltada para a produção, o comércio e a vida em comunidade, eles construíram, ao longo das décadas, cidades prósperas e grandes indústrias em solo gaúcho. Hoje, estima-se que até 4 milhões de gaúchos tenham alguma ascendência italiana.

Pratos e produtos

Os supermercados podem estruturar suas estratégias em torno dos pilares da culinária italiana: massas, molhos, queijos, azeites e vinhos. “Pratos como espaguete à carbonara, lasanha à bolonhesa, risoto milanês, salada caprese e filé à parmegiana são ícones que dependem de ingredientes específicos”, lembra o consultor de varejo Adriano Bianco. O macarrão, por exemplo, é um mercado em expansão: segundo a Associação Brasileira das Indústrias de Massas Alimentícias (Abima), o consumo per capita no Brasil é de cerca de 6 kg por mês (200g por dia), e as versões premium, como massas frescas ou sem glúten, estão em alta.

Outros produtos-chave incluem o azeite extravirgem, essencial para o sabor autêntico, e queijos como parmesão (Parmigiano Reggiano), muçarela e gorgonzola. Molhos prontos ou tomates pelados San Marzano podem facilitar a vida do consumidor, enquanto vinhos como Chianti ou o Prosecco em um drink com Aperol completam a experiência. “O segredo está na qualidade. Um bom azeite ou um queijo maturado faz toda a diferença”, diz.

A dieta mediterrânea, da qual a culinária italiana é expoente, é frequentemente associada à longevidade e à saúde cardiovascular. Um prato de espaguete ao pesto, por exemplo, combina carboidratos complexos da massa (cerca de 25g por porção de 100g), gorduras saudáveis do azeite (14g por colher de sopa) e antioxidantes do manjericão. O tomate, base de muitos molhos, é rico em licopeno, um potente antioxidante. Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), dietas ricas em vegetais, grãos integrais e gorduras monoinsaturadas, como as da Itália, reduzem o risco de doenças crônicas.

Preferências e novidades

Líder mundial na fabricação de massas, fundada em 1877 e presente em 120 países, a Barilla explora sua identidade visual nas gôndolas supermercadistas para chamar a atenção do consumidor. O “paredão azul” facilita a localização dos produtos e reforça a presença da marca no ambiente de compra. Mas outras ações podem ser alinhadas à exposição. Fabiana Araújo, gerente de Marketing da Barilla do Brasil, sugere a realização de ações de degustação e promoções sazonais alinhadas a momentos de consumo, visando a aumentar a visibilidade e impulsionar as vendas. 

Para se adequar às exigências de consumidores, a marca reformulou quase 500 produtos para reduzir gorduras saturadas, açúcares e sal, ao mesmo tempo em que aumentou o teor de fibras e incluiu ingredientes mais nutritivos. Em 2023, lançou 16 novos produtos sem adição de açúcar e ricos em fibras, incorporando grãos alternativos ao trigo, como espelta, aveia e centeio, para atender a essa demanda crescente por opções mais saudáveis. Recentemente, foi iniciada a produção local sem glúten. “O consumo de massas no Brasil é amplamente difundido e consolidado em todas as regiões. Independentemente da localização, os supermercados podem otimizar suas estratégias considerando essas nuances”, explica Fabiana. “No Sul, há uma valorização das massas de grano duro, que oferecem uma experiência mais próxima da tradição italiana. Já em outras regiões, a preferência pode estar mais voltada para massas com ovos, que se adaptam bem a diferentes preparos.” 

As massas, em especial, tornaram-se quase indispensáveis nos lares por sua versatilidade e capacidade de se adaptar a diferentes preferências regionais (espaguete, parafuso, fetuccini, fusilli, penne, farfalle, rigattoni, nhoque, ravioli). “Sua popularidade se deve à combinação de sabor, simplicidade e alta qualidade dos ingredientes, além de promover momentos de convivência e celebração à mesa”, finaliza.

 

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