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Estupidamente gelada

Produtos
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Brasil é terceiro maior consumidor mundial de cerveja, uma bebida que alegra, relaxa ambientes e enriquece culturas, com indústrias em constante evolução

Alegria, sol, calor e uma boa cerveja. É disso que brasileiro gosta, e isso é o que o brasileiro quer! O Brasil é um país cervejeiro, somos o terceiro maior mercado de cerveja do mundo, com mais de 11 bilhões de litros consumidos ao ano, segundo o diretor geral da Estrella Galicia, Thiago Coelho. A bebida, que surgiu por acaso, já estava presente em culturas semi-sedentárias e nômades, pois pesquisas arqueológicas recentes indicam a produção de cerveja há 13.000 anos, antes mesmo das civilizações sedentárias como a Mesopotâmia.

No contexto atual, para se ter uma ideia da importância da bebida para a economia, são mais de 2,5 milhões de postos, somando diretos, indiretos e induzidos, segundo o Sindicato Nacional da Indústria da Cerveja (Sindicerv). E para cada emprego direto que nasce no ecossistema cervejeiro, outros 34 se abrem ao longo da cadeia produtiva.

Além de ser um produto com alta taxa de diversidade – com mais de 160 estilos – entre os motivos para o sucesso da cerveja está na promoção da celebração e da socialização. Sempre foi acessível a todos, uma bebida do povo, desde os séculos passados até hoje. E funciona há tempos como um lubrificante social”, pontua o jornalista e sommelier de cervejas e editor do Guia da Cerveja, Luís Celso Jr.  E, diante disso, em um mundo cada vez mais digital e com menos encontros presenciais, a bebida ganha ainda mais relevância como facilitadora do contato humano.

Tendências

Em mercado em constante evolução, com um público cada vez mais exigente e aberto a novas experiências de sabor, os destaques ficam para as cervejas de baixo teor alcoólico e zero álcool. O consumo desse tipo de produto vem crescendo de forma consistente, pois o Brasil saiu da sétima para a segunda posição entre os maiores mercados de cerveja zero no mundo em apenas cinco anos, reflexo direto do interesse do público jovem por opções mais equilibradas e compatíveis com um estilo de vida saudável. A tendência é que a categoria siga crescendo de maneira sustentada, tanto em volume quanto em participação no mix de produtos.

Além disso, em 2024, o puro malte respondeu por 24,7% do volume; a sem álcool deu um salto e passou a 4,9% (+536,9% vs. 2023); e os estilos de maior giro seguem Lager leve clara (58,3%), Pilsener (32,4%) e outras lagers (8,5%), de acordo com o Sindicato Nacional da Indústria da Cerveja (Sindicerv).“O que mais acelera hoje (no varejo) é a busca por equilíbrio: a cerveja sem álcool já ocupa espaço de prateleira para qualquer hora, enquanto as de baixo teor alcoólico acompanham esse movimento; no outro pólo, puro malte e premium seguem ancorando valor e fidelidade, e a maior fatia do volume continua nas lagers clássicas; então, uma geladeira bem montada, com curadoria (sem excesso de itens) faz a diferença”, pontua o presidente executivo da Sindicerv, Márcio Maciel. 

Também haverá um avanço da cerveja premium com propósito: o consumidor moderno quer conhecer a história por trás do rótulo, sua origem e produção. “Tudo isso será acompanhado por um novo tipo de ativação no ponto de venda, com degustações, conteúdo educativo e experiências que aproximem as marcas do público”, diz Coelho. Nesse contexto, a Estrella Galicia lançou no país a categoria Big Craft, um movimento inédito que criou um espaço no varejo para as cervejarias independentes. A proposta é oferecer rótulos com qualidade premium, elaborados com atenção aos ingredientes e aos processos, mas com preço justo e capilaridade de distribuição, para que o consumidor tenha acesso fácil a cervejas autênticas, consistentes e com alma artesanal. “Nos próximos cinco anos, veremos uma transformação na forma como a categoria de cervejas se organiza no varejo brasileiro. A principal mudança será a consolidação de segmentos que valorizam a qualidade, como a Big Craft, criando blocos de exposição específicos para facilitar a escolha do consumidor e educá-lo sobre os diferentes estilos e perfis de sabor”, comenta Coelho.

A agenda da sustentabilidade também é um pilar de inovação, entre as iniciativas estão a logística reversa do vidro (com a Circula Vidro, que reúne indústria de bebidas e vidro). “A trilha agora é ampliar pontos de entrega e dar escala às parcerias com supermercados: Pontos de Entrega Voluntária (PEVs), planogramas claros de retornáveis e comunicação de descarte correto”, comenta Maciel.

Papel do varejo

Diante desse novo cenário, o supermercadista tem um papel crucial, é preciso ir além do básico e oportunizar degustações, eventos diferenciados e um portfólio que vá além do tradicional. “A gente sempre gosta de apresentar mais de uma, e é muito difícil alguém não gostar de nenhuma. Então falta realmente um pouco disso, de fazer uma degustação, fazer um evento diferente, para colocar um produto diferente para o público”, analisa a coordenadora de Sommeliaria da Escola Superior de Cerveja e Malte, Fernanda Bressiani. 

Uma das principais práticas é organizar a gôndola de forma a contar uma história clara para o consumidor, criando blocos específicos para categorias que unem rótulos independentes e de alta qualidade em um mesmo espaço. “Isso facilita a comparação e incentiva o trade-up do shopper, que passa a enxergar essas cervejas como um grupo coeso e acessível”, conta Coelho.

Portanto, ações como montar a prateleira conforme o perfil de cada loja e ocasião. Também contar boas histórias locais (parcerias com cervejarias da região, harmonizações). E colocar sustentabilidade ao negócio (retornáveis e campanhas de esclarecimento) fomentam o sucesso do varejista. “Quem simplificar a escolha e entregar experiência, não só preço, ganha mercado e fidelidade dos clientes”, ressalta Maciel.

 

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